23/03
A Hipótese Gaia, do grego “mãe Terra”, divindade que também recebia o nome de Gea, é uma nova visão de mundo, diz que a natureza poderá impor limitações à existência da vida humana no planeta. Algumas das limitações podem ser percebidas, como o aquecimento global, ou efeito estufa, fenômeno que se caracteriza pelo aumento da temperatura média do planeta, provocando aumento dos níveis das águas oceânicas, além de mudanças climáticas com efeitos imprevisíveis.
Com base nestes problemas alguns grupos começaram a se preocupar, dando início a vários movimentos ambientalistas e o despertar da consciência ecológica, é lógico que isso não ocorre de forma homogênea nos governos das maiores potências, pois vários acordos são gerados, muitos não são cumpridos para não comprometer a prosperidade econômica.
Hoje existem muitos movimentos ambientalistas, em sua grande maioria se tratam de ONG´s (Organizações não Governamentais), que lutam para preservar a natureza, dentre muitas podemos citar o Greenpeace, grupo de defesa ecológica, SOS MATA ATLÂNTICA, que vale a pena conhecer.
Qual caminho seguir na preservação ambiental num mundo moderno em que não há maneiras de retroceder em condição de vida? Primeiro é preciso um despertar da sociedade, que é o agente das questões ambientais, tanto positivas quanto negativas.
Atualmente existem várias correntes de pensamentos de preservação, o conservacionismo (consiste no pensamento de que a prioridade é a natureza com uma preocupação de conservação para as demais gerações), desenvolvimentismo ecológico (consiste no pensamento de que o mundo pode continuar crescendo economicamente de forma sustentável) e ecocapitalismo (corresponde ao pensamento capitalista de obter vantagens com as questões ambientais).
O ecoturismo apresenta o maior crescimento entre as atividades turísticas em todo o mundo, mas seu desenvolvimento não vem sendo acompanhado pelo aumento da preocupação com a prática de uma educação ambiental.
A conclusão é de uma pesquisa da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), em Piracicaba (SP). O estudo do professor de turismo Hélio Hintze abordou a origem e o contexto do ecoturismo a partir de suas relações com a cultura do consumo, que obedece à lógica da busca incessante pelo lucro.
O objetivo central do estudo foi averiguar a existência de uma preocupação com a educação ambiental nas atividades e pacotes ecoturísticos comercializados. Para tanto, foi feito um levantamento bibliográfico referente ao tema e, ao mesmo tempo, procurou mensurar a preocupação com a educação ambiental nas atividades desenvolvidas pelas operadoras de ecoturismo.
A partir disso, foram entrevistados proprietários e gerentes de operadoras de ecoturismo da cidade de São Paulo, todas membros da Associação Brasileira de Turismo de Aventura (Abeta).
Mau uso do prefixo "eco"
Segundo o pesquisador, a utilização do prefixo "eco" funciona como um sedativo para a consciência das classes médias. "O uso mercadológico do eco atua como uma nova roupagem para o que ainda pode ser antigo. Tudo agora é eco. Por exemplo, postos de gasolina ecológicos, ecoresorts, ecoempreendimentos, programas de Ecoeficiência em empresas de diversos ramos utilizam-se desta estratégia de marketing. Ser ecologicamente correto está definitivamente na moda", destaca.
Muitas operadoras turísticas têm se utilizado do ambiente natural apenas como cenário para a realização das atividades e a busca pelo consumo da experiência no ecoturismo aproxima-o de seu par, o turismo convencional.
"As semelhanças entre a prática do ecoturismo e a do turismo convencional merecem questionamento, pois obedecem aos ritmos que condicionam nosso tempo", lembra Hintze. A pesquisa foi orientada por Antonio Ribeiro de Almeida Júnior, professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) da Esalq.
Abordagem reducionista e insuficiente
Segundo o pesquisador, o ecoturismo busca ser uma alternativa ao turismo convencional, não será apenas por ser realizado em um ambiente natural ou por visitar casas de pessoas de uma comunidade tradicional que ele poderá obter tal chancela.
"Quanto à questão do planejamento das atividades educacionais, pudemos perceber nas falas dos representantes das operadoras uma espécie de consenso sobre o não embasamento conceitual de tais atividades por eles praticadas", acrescenta.
De acordo com a pesquisa, existe explicitamente a crença de que através de manuais ou materiais impressos se faz educação ambiental por meio da transmissão de informações a respeito do destino e de sua complexidade.
"Usar apenas tais materiais é uma forma reducionista que reforça a fragmentação pós-moderna da compreensão do meio ambiente e, obviamente, das complexas relações ambientais e sócio-ambientais que o compõem", ressalta Hintze. "Este tipo de material pode ser utilizado se for associado a outras ações educativas".
Configuração mercadológica dos pacotes ecoturísticos
A pesquisa constatou que a produção deste tipo de material é uma prática espetacular. "Assumindo ares de defensoras do meio ambiente, as empresas interessadas na manutenção de sua área de exploração turística unem-se pela causa, produzindo apostilas para entregar a seus visitantes, agregado a causa ambiental ao seu logotipo, por exemplo", aponta o pesquisador.
A configuração mercadológica dos pacotes ecoturísticos em ambientes naturais pode ser flagrada por obedecer o mesmo ritmo intenso da vida cotidiana dos ecoturistas e interferir de maneira nem sempre adequada nos destinos de viagens.
"A viagem acaba por obedecer aos mesmos ritmos da vida cotidiana dos ecoturistas. Inclusive pela inserção irônica do 'dia livre' em roteiros ecoturísticos", relata o pesquisador. "Se o ecoturismo é uma atividade praticada no tempo livre das pessoas, como é possível haver um 'dia livre' na programação? Para além da ironia, tal dia tem a função de período no qual se pode vender uma programação local não incluída no pacote original".
A conclusão é de uma pesquisa da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), em Piracicaba (SP). O estudo do professor de turismo Hélio Hintze abordou a origem e o contexto do ecoturismo a partir de suas relações com a cultura do consumo, que obedece à lógica da busca incessante pelo lucro.
O objetivo central do estudo foi averiguar a existência de uma preocupação com a educação ambiental nas atividades e pacotes ecoturísticos comercializados. Para tanto, foi feito um levantamento bibliográfico referente ao tema e, ao mesmo tempo, procurou mensurar a preocupação com a educação ambiental nas atividades desenvolvidas pelas operadoras de ecoturismo.
A partir disso, foram entrevistados proprietários e gerentes de operadoras de ecoturismo da cidade de São Paulo, todas membros da Associação Brasileira de Turismo de Aventura (Abeta).
Mau uso do prefixo "eco"
Segundo o pesquisador, a utilização do prefixo "eco" funciona como um sedativo para a consciência das classes médias. "O uso mercadológico do eco atua como uma nova roupagem para o que ainda pode ser antigo. Tudo agora é eco. Por exemplo, postos de gasolina ecológicos, ecoresorts, ecoempreendimentos, programas de Ecoeficiência em empresas de diversos ramos utilizam-se desta estratégia de marketing. Ser ecologicamente correto está definitivamente na moda", destaca.
Muitas operadoras turísticas têm se utilizado do ambiente natural apenas como cenário para a realização das atividades e a busca pelo consumo da experiência no ecoturismo aproxima-o de seu par, o turismo convencional.
"As semelhanças entre a prática do ecoturismo e a do turismo convencional merecem questionamento, pois obedecem aos ritmos que condicionam nosso tempo", lembra Hintze. A pesquisa foi orientada por Antonio Ribeiro de Almeida Júnior, professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) da Esalq.
Abordagem reducionista e insuficiente
Segundo o pesquisador, o ecoturismo busca ser uma alternativa ao turismo convencional, não será apenas por ser realizado em um ambiente natural ou por visitar casas de pessoas de uma comunidade tradicional que ele poderá obter tal chancela.
"Quanto à questão do planejamento das atividades educacionais, pudemos perceber nas falas dos representantes das operadoras uma espécie de consenso sobre o não embasamento conceitual de tais atividades por eles praticadas", acrescenta.
De acordo com a pesquisa, existe explicitamente a crença de que através de manuais ou materiais impressos se faz educação ambiental por meio da transmissão de informações a respeito do destino e de sua complexidade.
"Usar apenas tais materiais é uma forma reducionista que reforça a fragmentação pós-moderna da compreensão do meio ambiente e, obviamente, das complexas relações ambientais e sócio-ambientais que o compõem", ressalta Hintze. "Este tipo de material pode ser utilizado se for associado a outras ações educativas".
Configuração mercadológica dos pacotes ecoturísticos
A pesquisa constatou que a produção deste tipo de material é uma prática espetacular. "Assumindo ares de defensoras do meio ambiente, as empresas interessadas na manutenção de sua área de exploração turística unem-se pela causa, produzindo apostilas para entregar a seus visitantes, agregado a causa ambiental ao seu logotipo, por exemplo", aponta o pesquisador.
A configuração mercadológica dos pacotes ecoturísticos em ambientes naturais pode ser flagrada por obedecer o mesmo ritmo intenso da vida cotidiana dos ecoturistas e interferir de maneira nem sempre adequada nos destinos de viagens.
"A viagem acaba por obedecer aos mesmos ritmos da vida cotidiana dos ecoturistas. Inclusive pela inserção irônica do 'dia livre' em roteiros ecoturísticos", relata o pesquisador. "Se o ecoturismo é uma atividade praticada no tempo livre das pessoas, como é possível haver um 'dia livre' na programação? Para além da ironia, tal dia tem a função de período no qual se pode vender uma programação local não incluída no pacote original".
Hintze conclui que para as comunidades receptoras, a imposição vem com a necessidade da adequação de seu modus vivendi e da adaptação de seu lugar de vida para o atendimento às demandas das operadoras e seus clientes. Fique ligado!
Pesquisa: http://www.portaldosana.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário