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"Um apelo a humanidade para por um fim ao descaso com o planeta, antes que esse DESCASO ponha um fim em nós."

quinta-feira, 22 de março de 2012

PINTURAS PARIETAIS, Identidades e Educação Ambiental.



Educação Ambiental 
Arte e  Ambiente
22/03


Pinturas Parientais = Pinturas murais que decoram o interior. Este artigo tem por objetivo ponderar sobre algumas produções do artista mexicano Diego Rivera, discutindo as pinturas parietais como produções artísticas que manifestam identidades. Baseadas nos estudos de Stuart Hall (1999) e suas definições de identidades nacionais – entendidas como “comunidades imaginadas”, que através de suas representações propõem uma unificação das identidades –, e de identidades pós-modernas, caracterizadas pela fragmentação, traçamos um paralelo entre as produções do artista mexicano e a de grafiteiros contemporâneos. Assim é possível visualizar transformações nas mentalidades ocorridas ao longo do século XX, que são determinantes para a compreensão da complexidade da atualidade, principalmente, das questões relativas às identidades dos sujeitos contemporâneos e suas relações. 





Figura 1: Diego Rivera.
The Exploiters (Os Exploradores), 1926. Fresco.
Fonte: http://www.diego-rivera.com/




Figura 2: Diego Rivera.
The History of Cuernavaca and Morelos - Crossing the Barranca - Detail (A História de Cuernavaca e Morelos - Atravessando a Barranca - Detalhe), 1929-30. Fresco.Fonte: http://www.diego-rivera.com/
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SAID (DETALHE)
Figura 6: CRANIO / Brasil
fonte: http://www.flickr.com/photos/cranioartes/



   

Figura 7: CRANIO / Brasilfonte: http://www.flickr.com/photos/cranioartes/ 

Foi a partir do final do Século XX que o discurso ambientalista passou a fundamentar-se na ressignificação das relações do homem com o meio. Com o fortalecimento das ideias de autores como Félix Guattari e Edgar Morin é possível entender a complexidade das questões ambientais, fato que impossibilita limitá-las a ações preservacionistas. Mais do que isso, trata-se de reconhecer a necessidade de uma abordagem ecossistêmica, que confira à Educação Ambiental uma visão mais ampla, conjugando a perspectiva ecológica, a social, a cultural e a econômica.
Tal postura visa o estabelecimento de uma nova relação entre a humanidade e a natureza. Ela implica na consciência de que as questões ambientais resultam das relações do homem consigo mesmo, com os outros e com o mundo ao redor (GUATTARI, 1990), num processo que visa o conhecimento do humano situado no universo (MORIN, 2000). Nesse sentido, é fundamental pensarmos sobre os sujeitos imersos em relações de alteridade, interferindo e modificando o seu meio a partir de uma dimensão ética que reflete escolhas, percepções, valores e ideais.
Para a compreensão do tempo presente, portanto, é fundamental permearmos os saberes para o entendimento das sociedades e de suas produções artístico-culturais, sem separar a arte da ciência, a razão da sensibilidade. Isso porque hoje compreendemos que as obras de arte resultam, acima de tudo, de pensamentos críticos e reflexivos sobre a própria condição humana. A arte se constitui num fenômeno social e as obras dão visibilidade a valores religiosos, éticos, sociais e políticos, numa íntima relação com os contextos históricos que lhes deram origem. Sendo assim, analisar as produções artísticas nos possibilitam avaliar mentalidades e comportamentos indicativos das relações dos indivíduos com o seu contexto socio-histórico.

Tanto as obras muralistas mexicanas, assim como os graffiti contemporâneos, são manifestações de pinturas parietais apresentadas em grandes dimensões. Elas fogem da tradição da pintura sobre tela e compartilham de um ideal de democratização da arte, utilizando o espaço urbano como suporte, sem restringir o seu acesso a um público específico, consumidor de arte, mas levando-as ao povo em geral. Tais produções diferenciam-se entre si em relação à forma como manifestam as identidades dos sujeitos relacionados a seu tempo histórico. Entretanto, mesmo quando não focam um discurso explícito de consolidação identitária, por estarem em um espaço-tempo específico, integradas a um contexto próprio, tais manifestações são documentos de uma época e dos sujeitos que nela interagem. Sendo assim, elas nos fornecem subsídios para a reflexão sobre as interrelações que revelam, permitindo ponderarmos acerca das relações do homem com o meio em dado momento histórico.

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