Publicado em 14/3/2011, às 16h19
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Última atualização em 14/3/2011, às 16h19
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Rio e Angra dos Reis Os acidentes acontecidos em usinas nucleares japonesas, depois do terremoto que atingiu o Japão na última sexta-feira, provocaram comentários do deputado federal Alfredo Sirkis, filiado ao Partido Verde, que tem no primeiro item de seu programa a menção direta à desnuclearização como um de seus objetivos principais. Já a Eletronuclear, responsável pelas usinas nucleares Angra 1 e 2, e que está construindo Angra 3, colocou em seu site na Internet uma nota explicando que os problemas no Japão não devem ser motivo de preocupação no Brasil. Sirkis disse que os problemas nas usinas de Fukushima, Daiichi e Tokai são motivos para que o programa nuclear brasileiro seja interrompido: "Angra III está em construção e parece irreversível mas as cinco outras, estupidamente previstas para diversos pontos do litoral brasileiro, devem ser definitivamente sepultadas", diz Sirkis em seu blog. A Eletronuclear afirma que "uma comparação direta entre as situações brasileira e japonesa não é adequada, pois enquanto o Japão está situado em uma região de alta sismicidade - causada pela proximidade da borda de placa tectônica, onde ocorrem cerca de 99% dos grandes terremotos -, o Brasil está em uma região de baixa sismicidade, em centro de placa tectônica". Sismicidade é um termo técnico usado para descrever a possibilidade de acontecerem terremotos em um determinado local. De acordo com a estatal, mesmo sendo improváveis, os terremotos foram considerados durante a elaboração dos projetos das três usinas que compõem a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). A nota publica da pela empresa diz que "o projeto das usinas de Angra, entre outros acidentes externos considerados, leva em conta o maior terremoto que poderia ocorrer no sítio. O prédio onde fica o reator nuclear tem barreiras de concreto e de aço dimensionadas para resistir a esses tipos de evento. Diversos sistemas garantem, de forma segura, o desligamento das usinas após qualquer abalo que atinja as especificações consideradas no seu projeto". O projeto se baseia em normas de segurança internacionais, que consideram uma aceleração horizontal na rocha de 0.10 g (a décima parte da aceleração da gravidade, que é igual a dez metros por segundo a cada segundo). De acordo com a Eletronuclear, especialistas da PUC/RJ e do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP (IAG/USP) estimaram que a probabilidade de ocorrência de um abalo dessa proporção na Central Nuclear é de uma a cada 50 mil anos. O maior terremoto registrado na região Sudeste, nas últimas décadas, ocorreu em 22 de abril de 2008, atingiu 5,2 graus na escala Richter e teve seu epicentro no Oceano Atlântico, a 215 km da cidade de São Vicente, no litoral paulista, e a 315 km da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). Como cada ponto na escala Richter representa um terremoto dez vezes maior do que o ponto anterior, os 8,9 Richter do terremoto no Japão são mais de mil vezes mais fortes do que os 5,2 do litoral brasileiro. O nível das acelerações registrado na Estação Sismográfica de Angra dos Reis foi de dezessete décimos de milésimo da gravidade, o que equivale a 2% do valor de projeto, e é inferior ao nível mínimo acima do qual passaria a ser registrado na instrumentação sísmica das próprias usinas (0,01 g). Tsunami A formação de ondas gigantes (tsunamis) acontece devido a erupções vulcânicas de grande porte ou terremotos de intensidade superior a 7.0 no mar, em que o foco esteja pouco profundo e em regiões de borda de placas tectônicas que se movem uma em direção à outra, gerando ondas que podem alcançar grande amplitude nas regiões costeiras próximas. Este fenômeno é o que ocorreu em várias ocasiões no Pacífico e no episódio do Japão de 11 de março de 2011. A região Sudeste do litoral brasileiro está situada na placa tectônica Sul-Americana, que se afasta da placa tectônica Africana. Portanto, no oceano Atlântico Sul, não existem as condições necessárias para gerar os tsunamis.
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Equipe Anjos
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